Então, subiu
Moisés das campinas de Pisga... Disse-lhe o SENHOR: Esta é a terra que, sob
juramento, prometi a Abraão, a Isaque e a Jacó, dizendo: à tua descendência a
darei; eu te faço vê-la com os próprios olhos; porém não irás para lá (Dt
34.1,4). Aqui aprendemos um pouco de
1. A severidade de Deus. A sociedade moderna
criou para si um deus na figura de um Papai Noel: sorridente, solícito, amigo
de todos, que não faz acepção de ninguém, sempre pronto a distribuir presentes.
Quem não deseja um deus como esse? Essa mesma sociedade não suporta o Deus do
Antigo Testamento. É severo demais. Esse não pode ser o Deus desta sociedade.
Na verdade,
esse é o mesmo Deus do Novo Testamento. É o mesmo Deus e Pai de nosso Senhor
Jesus Cristo. E nosso próprio Senhor Jesus se mostrou severo:
“Tendo feito
um azorrague de cordas, expulsou todos do templo, bem como as ovelhas e os
bois, derramou pelo chão o dinheiro dos cambistas, virou as mesas e disse aos
que vendiam as pombas: Tirai daqui estas coisas; não façais da casa de meu Pai
casa de negócios” (Jo 2.15,16).
“Então, o Rei
dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos,
para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos” (Mt 25.41).
Diremos que o
Deus do Antigo Testamento não é o mesmo Deus do Novo? Isso sem falar do
julgamento que transcorrerá no último Dia. Acaso estranharemos o procedimento
de Iavé para com Moisés? Foi severo demais? O que diremos do procedimento do
Supremo Juiz no último dia? Paulo fala da bondade
e severidade de Deus (Rm 11.22). Esse
é um paradoxo do Ser Eterno que temos de deixar com ele. Não inventemos para
nós um deus segundo nossa predileção. Descobrimos também o
2. Privilégio de Moisés. Iavé “o sepultou
num vale, na terra de Moabe, defronte de Bete-Peor; e ninguém sabe, até hoje, o
lugar de sua sepultura” (Dt 34.6).
Não temos
conhecimento dos detalhes de todo esse processo. No entanto, imaginamos quão
grande foi esse privilégio para aquele grande servo do Senhor, sendo sepultado
pelos próprios anjos. Não temos notícia de que o Senhor fizesse isso com outra
pessoa em toda a história humana. Inclusive seu Filho Unigênito foi sepultado
por mãos humanas, em sepulcro feito também por mãos humanas; aliás, emprestado.
Para com seus servos, a severidade de Deus é temperada com sua misericórdia. O
texto fala ainda da
3. Bênção eterna. Sabemos que, embora não
pudesse entrar em Canaã em decorrência de sua precipitação no deserto, contudo
entrou na Sião celestial naquele mesmo momento. Então, aqui a benignidade de
Deus suplantou sua severidade. Esta foi temporária; aquela, eterna. É preferível
que Ele seja severo conosco enquanto completamos esta peregrinação. Depois, ele
nos dirá: “Vinde, benditos de meu Pai.”
Nos dias de
nosso Senhor Jesus Cristo sobre a terra, lemos que Moisés estava presente no
monte da transfiguração (Mt 17.1-8). Com isso percebemos onde Moisés passou a
habitar – na Sião celestial. Foi privado, sim, de entrar na terra prometida,
morreu literalmente, foi sepultado na solidão do deserto, sem nenhum velório,
mas sua alma foi levada para a habitação celestial na companhia do Eterno.
Deus é
severíssimo para com a sociedade ímpia; é severo temporariamente para com seus
santos que ainda peregrinam aqui e agora; priva-os de muitas coisas benéficas
pertinentes a esta vida. No entanto, ele perdoa todos os seus pecados e leva suas
almas para desfrutarem de sua eterna e doce companhia.
Oração: Senhor, somos-te gratos porque
aqui somos alunos da escola de Jesus e o Espírito Santo é nosso Professor (Jo
16.13). É ele que guia e orienta teus filhos nesta dura peregrinação, a fim de
sermos preparados aqui e agora para aquela eterna habitação. Em nome de Jesus.
Amém.