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Mostrando postagens de janeiro, 2013

Vocação Para o Ministério

Francisco Maia veio a ser meu espelho, meu referencial, e o Espírito de Deus usou  aquele moço para injetar em mim um profundo anseio de ser como ele, de aprender a  pregar como ele pregava. Francisco acabara de sair do IBEL (Instituto Bíblico Eduardo  Lane), Patrocínio , Minas Gerais, onde se formara para o serviço de evangelista leigo. Ele  me falava muito desse IBEL, despertando em mim profundo anseio de ir lá e fazer o curso  que ele fizera. Eu queria mudar de cidade, mudar de vida, experimentar algo bem  diferente. Ali eu revivia minha vida pregressa, trabalhava na mesma oficina, mantinha  vivência com as mesmas pessoas, era criticado por pessoas perversas e ignorantes, que me  conheciam bem, as quais tentavam convencer-me de que eu estava num barco furado, que  a religião que ora abraçava era vazia de toda a verdade, fabricada por homens perversos,  inventada não há muito tempo. Um padre me disse que deixar a santa igreja católica era  assinar a própria condenação eterna; que m

Ingresso na Igreja

Sim, Valter sou eu. Aquela pequena igreja veio a ser o berço de minha nova fé, uma fé que antes eu maldizia e dela fugia. Aquela igrejinha passou a ser minha família. Cada vez mais me entrosava com pessoas que oravam por mim e comigo. Ensinavam-me não só a ler a Bíblia, mas também a amá-la e a conhecê-la. Encontrei em certo jovem um amigo e mestre do alfabeto bíblico. Infelizmente, ele regressou ao caminho de outrora e permaneceu nele, afastando-se da santa vereda da fé genuína. No entanto, nunca deixei de amá-lo, porque, misteriosamente, nos comandos da Providência, o Senhor da Igreja o usara para encaminhar-me na vereda que, depois, ele mesmo abdicou. Quem é capaz de entender ou de explicar essas coisas?   Minha querida igreja em 1958 Armando Bonilha mudou-se, e para Tupaciguara foi um moço chamado Francisco Maia, naquele tempo evangelista da Missão Presbiteriana no Brasil , pois aquela congregação pertencia ao campo missionário da Missão. Bem jovem, ainda solteiro, Fr

IMPERATIVOS PARA O MINISTRO DO EVANGELHO

Texto : 1 Timóteo 4.11-16 Introdução : 1. Os imperativos do texto 2. Este versículo constitui uma síntese do contexto anterior 3. Você é ou vai ser ministro do evangelho – e não outra coisa! I. Imperativo quanto à vida pessoa – “Tenha cuidado de si mesmo” 1. A vida inteiramente pessoal – “Exercite-se, pessoalmente, na piedade” (v. 7) 2. A vida que envolve a família 3. A vida que envolve a igreja 4. A vida que envolve a sociedade em que você vive 5. Vida que requer: renúncia, determinação, que siga um único rumo (Fp 3.13, 14) II. Imperativo quanto à sã doutrina – “Tenha cuidado da doutrina” 1. Deve-se ter sempre em mente que a Bíblia, antes de ser o meu livro, é o livro de Deus; o livro dado pelo Espírito Santo. Não somos seus autores. Não temos o direito de diminuí-la, de aumentá-la, nem de adulterá-la, nem de negá-la. 2. Antes de ensiná-la, temos de tomar posse dela. 3. Vivemos um tempo em que é praxe determinar o que cremos na Bíblia. 4. Temos o de

Encontro Com a Eterna Verdade

Morando numa humilde pensão onde tinha seu quarto e o que comer. O dinheiro só dava para pagar a hospedagem naquela pensão. Ele ficou ali cinco longos anos. Longos porque foram anos penosos, escuros, solitários, sem qualquer perspectiva de vida futura. Não havia ninguém a quem recorrer em quaisquer assuntos. Via uma moça, sentia-se naturalmente inclinado, porém se esquivava de mansinho, pesaroso, constrangido, porquanto seu aspecto social era mui precário. Roupas remendadas, calçados velhos e rotos, só bem mais tarde pode ele usar um terno completo, mesmo assim porque alguém lho presenteara. E assim Valter conheceu um universo de solidão e de apatia no tocante à vida futura. Logo descobriu, para profundo desgosto seu, que a proprietária da pensão, sua irmã e mãe eram “crentes”. De vez em quando entrava ali um homem alinhado e de boa prosa, e então foi informado que aquele era o pastor da igreja daquela família. Cada vez que o Evangelista Armando Bonilha adentrava aquela casa, aquele

Filho do Meio

Nove filhos que um certo casal teve, sendo que um faleceu com poucos dias, dos oito restantes todos tinham seus nomes iniciados com M: Maurício, Maurílio, Maria, Marcely, Marcelucio, Manoel e Marília; menos o do meio que recebeu um nome iniciado com o V de Valter Graciano Martins . Os pais nunca souberam exatamente a razão da diferença, e realmente pouco ou nada importava, já que aquele menino se sentiu feliz com o nome recebido. Justamente aquele menino de nome diferente estava destinado a realizar uma obra perene e também diferente, a qual jamais seria apagada da história, e cujo nome se perpetuaria nas páginas de dezenas de livros, fato esse que ninguém, nem mesmo ele, tinha a mínima consciência, enquanto crescia e se desenvolvia, pisando a lama da terra massapé, respirando o ar puro do campo, banhando-se no ribeirão que corria nos fundos da casa, onde viveu por cerca de uma década, trabalhando com o pai na lavoura. Era uma família ruralista, a lidar com a terra e com animais do

João Calvino Falando Português

Sem a menor sombra de dúvida, este é o tempo em que João Calvino se põe a falar nosso idioma, através da tradução de suas obras. Após um século e meio de fé evangélica no Brasil, em apenas duas décadas suas obras proliferam de modo inusitado, quando antes pouquíssimos criam na validade de tal empreendimento. Duas versões evangélicas das  Institutas , uma versão secular delas, dezenas e mais dezenas de comentários e tratados, já traduzidos e em preparação, e um volume de suas correspondências. Certamente, se os vários tradutores de suas obras escrevessem sobre a experiência que tiveram enquanto mergulhados no pensamento do Reformador, todos teriam muito a nos contar.  No que me diz respeito, em particular, o que tenho a dizer sobre a minha experiência, enquanto traduzo os comentários e tratados de Calvino, encheria um volume massudo. Como conto com pouco espaço, tentarei sintetizar ao máximo as minhas impressões, visando à edificação dos leitores. Durante todo o tempo em que estou

O Termo DOUTRINA na Bíblia

Texto bíblico : 1 Timóteo 4.16 Introdução : 1. Ojeriza generalizada pelos termos teologia e doutrina . 1.1. Temos que cuidar da Bíblia, e não de doutrina. 1.2. Não tenho satisfação a dar a nenhuma doutrina, e sim à Bíblia. 1.3. Eu nunca estudo doutrina, e sim a Bíblia. 1.4. Doutrina é coisa inventada pelo homem. 2. As causas dessa ojeriza . 2.1. A influência vinda das seitas. 2.2. A falta de doutrinação nas igrejas. 2.3. Ênfase desequilibrada sobre alguma doutrina. 2.4. Conhecimento bíblico deficitário ou fragmentário. 3. O que cabe, a esse respeito, a um membro da Igreja Presbiteriana . 3.1. Alguém disse que não existe fundamentação bíblica mais sólida      do que a da igreja presbiteriana, só que os presbiterianos não sabem disso. 3.2. O presbiteriano precisa conhecer melhor sua igreja. 3.3. É preciso haver nas igrejas doutrinação mais sistemática. I. Breve definição dos termos teologia e doutrina . 1. Definição do termo teologia : Em

BLASFÊMIA QUE VIROU ROTINA

Há certos ensinos bíblicos que são muito difíceis e desafiantes, os quais requerem humildade de nossa parte para que não nos achemos negando a Revelação de Deus. Um desses ensinos é aquilo que a Bíblia chama de eleição e predestinação. Esta doutrina tem enfrentado os furiosos ataques de cristãos e não cristãos. Muitos cristãos sinceros a leem na Bíblia, sentem-se incomodados, porém não dirigem palavras ofensivas contra o Espírito Santo que nos deu a Bíblia. Enquanto a doutrina é focada como matéria de discussão para encontrar-se uma compreensão mais clara, tudo bem; até aqui, não estamos ofendendo o Espírito de Deus. O conteúdo da Santa Escritura precisa ser discutido até chegarmos a um entendimento mais profundo dela. Mas o que ocorreu através dos tempos, e sobretudo ocorre hoje com maior intensidade, não é mera discussão , e sim negação ; não mera negação passiva, mas desprezo ativo; não mero desprezo ativo, mas franca blasfêmia contra a doutrina, inclusive revoltante deboche. Quan