Alegrai-vos
sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos (Fp 4.4).
Assim também
agora vós tendes tristeza; mas outra vez vos verei; vosso coração se alegrará,
e vossa alegria ninguém poderá tirar (Jo 16.22).
Alegria é a
tônica em toda a Carta de Paulo aos Filipenses. A expressão “alegrai-vos”
aparece repetidas vezes nesta Carta e está no imperativo. O apóstolo diz claramente: “Alegrai-vos no
Senhor.” E de fato alegria real e perene só existe em Cristo. Estranho
paradoxo é que ela co-existe lado a lado com as tristezas deste mundo. E essas
tristezas não podem aniquilar a alegria espiritual em Cristo. Somente o cristão
genuíno pode experimentar tal paradoxo. Ele sente alegria e paz em meio aos
turbilhões das provações oriundas de nossa peregrinação. O apóstolo estava
encarcerado quando disse que os filipenses nutrissem essa alegria espiritual e intensa.
O cristão tem
motivo de sobra para viver uma vida de alegria triunfante. Ele tem a vitória da
vida sobre a morte, por meio de Cristo; tem o Espírito Santo, o Consolador,
ocupando sua vida; tem a Palavra de Deus a orientá-lo na jornada; faz parte do
Corpo de Cristo, a Igreja; tem acesso ao trono da graça; tem a promessa de que jamais deixará de ser um filho
querido do Pai eterno. Além do mais, ele pode contar diariamente com o perdão
divino, pois “o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado” (1Jo
1.7). Ele sabe responder às inquirições de Paulo: “quem será contra nós?”;
“Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus?”; “Quem os condenará?”;
“Quem nos separará do amor de Cristo?” E termina o capítulo 8 de Romanos
dizendo que nada vezes nada pode cancelar nossa gloriosa e plena vitória. Não se
contenta em dizer que somos vencedores; ele declara que “somos mais que
vencedores por meio daquele que nos amou”.
Quando Davi
pecou, tomando uma mulher alheia e tirando a vida de seu esposo, a tristeza
invadiu seu coração tão forte e profundamente, que não teve mais sossego, enquanto não
suplicou o perdão divino e a devolução da alegria espiritual: “Restitui-me a
alegria de tua salvação” (Sl 51.12).
Quando a
salvação de Jesus Cristo nos alcança, experimentamos no âmago de nossa alma uma
perene alegria. Esta alegria é o Espírito Santo em nós. Este é o selo de
garantia de que somos dele para sempre. Uma alegria que hoje existe e amanhã
desaparece não pode ser aquela de que Paulo fala. O mesmo digo: a
salvação que hoje existe e amanhã não mais exista não pode ser a
genuína salvação oriunda da graça sobre graça. E essa graça não é graça pela
metade; é cem por cento graça. E nossa salvação está radicada nesta graça. Tudo o que fizermos de bem neste mundo provém de nosso dever.
Cantemos com
Ana:
“... meu coração
se regozija no Senhor... porquanto me alegro em tua salvação” (1Sm 2.1). E com
Paulo: “e a vossa alegria ninguém poderá tirar.”
Oração: Eterno Pai, é maravilhoso saber que
posso desfrutar a tua salvação, em Jesus Cristo. Que eu tenha um coração cheio
de tua alegria, a despeito do mar revolto que me envolve constantemente. Em
nome de Jesus. Amém.